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O Envelhecer: Uma Visão Segundo a Medicina Natural Chinesa

Da Velhice: considerações iniciais

A visão fragmentada do ser humano é resultado nítido da existência de paradigmas que, social e historicamente construídos, resultaram na dificuldade de pesquisar temas tão abrangentes como o envelhecimento.

O envelhecimento é a um só tempo, um fenômeno bio-fisiológico, psicológico, sociocultural e existencial. Apesar da variabilidade de seus marcadores cronológicos refere-se, em termos gerais e no plano biossocial a perdas e regressões claramente observáveis em todos os seres vivos e que, presentes ao longo da vida, resultam da ação de diferentes variáveis, a exemplo das genéticas, dos danos acumulados e do estilo de vida, além das alterações psicoemocionais (GUEDES 2001). Como tal, é um fenômeno altamente complexo e variável, comum a todos os membros de uma determinada espécie, envolvendo mecanismos deletérios que afetam a capacidade de desempenhar um grande número de funções (HEIKKINEN 1998). Trata-se de um processo multidimensional e multidirecional, pois há grande variabilidade na taxa e direção das mudanças (ganhos e perdas) em diferentes características, em cada indivíduo e entre indivíduos (HEIKKINEN 1998).

Hoje o envelhecimento é visto como uma fase de desenvolvimento humano e não como período exclusivamente de perdas e incapacidades. É um processo que acompanha todo o percurso de vida. Ser velho significa “ter muitos anos”, ter vivido e ter envelhecido (HARMAN, 1998).

Como fenômeno mundial, o envelhecimento populacional levanta questões importantes, tanto do ponto de vista individual, como do ponto de vista coletivo (social, cultural, econômico, de saúde, etc.); questões que são interdependentes. Segundo SPIRDUSO (1989), uma das questões mais importantes é saber se o ciclo de vida aumentado pode ser vivido com qualidade, ou se constitui apenas um período de maior prevalência de estados patológicos e de morbidades que precedem à morte.

O envelhecimento traz, como uma de suas consequências, a diminuição do desempenho motor na realização das atividades da vida diária (AVD), o que, entretanto, não leva as pessoas a se tornarem, necessariamente, dependentes de outros. Embora cerca de 25% dos idosos cheguem ao estado de dependência para realizar tarefas cotidianas (SPIRDUSO, 1989), o que é uma parcela considerável da população, essa situação não se aplica à totalidade dos idosos, nem é uma condição que todos enfrentarão quando envelhecerem.